O rio Cuiabá é um curso de água que fica no estado de Mato Grosso, Brasil, e possui grande importância histórica em seu estado, e onde já foi servido como principal fonte de ligação do Mato Grosso para o centro-sul do Brasil.
O rio Cuiabá teve muita serventia, ajudando no transporte, no meio de comunicação e ate mesmo na produção de energia, aonde as comunidades ribeirinhas retiravam o azeite de peixe, que servia como combustível de iluminação de algumas residências, além de servir como fonte de cultura mato-grossense.
Um dos principais tributários do Rio Paraguai, onde deságua na sua margem esquerda, em pleno Pantanal de MT. O Rio Cuiabá possui 647 km de extensão e banha inúmeros municípios de Mato Grosso, dentre os quais a capital, à qual cede o topônimo.
O Cuiabá recebe inúmeros tributários em ambas as margens, a exemplo dos rios Cuiabazinho, Triste, Quebó, Manso, Nobres, Buriti, Forquilha, Acorizal, do Engenho, das Pedras, Banco de Pedra, Coxipó-Açu, do Machado, Bandeira e Pari, na área denominada “Rio Acima”, dentre outros, e, pela parte chamada de “Rio Abaixo”, começa pelo rio Coxipó-Mirim e passa a receber outros tantos, a exemplo dos cursos d’águas Cocais, Aricá-Açu, Aricá-Mirim, Cuiabá-Mirim, Sapé e depois de muitas escoantes e sangradouros encontra o caudaloso Rio São Lourenço.
Rio Cuiabá História
Com largura média de 150m, oferece um histórico de grandes cheias ao longo da ocupação e registro por parte de bandeirantes, colonizadores e sociedade civil e pública, além da imprensa. A mais antiga informação sobre cheia no Cuiabá é de 1780, e vem do cronista Joaquim da Costa Siqueira, em seu Compêndio Histórico e Cronológico das Notícias de Cuiabá.
Siqueira informa que a enchente ocorreu no mês de fevereiro e causou grandes estragos em plantações e residências ribeirinhas. Em 1812, verificou-se notável transbordamento do Rio Cuiabá, causando transtornos, mas foi em 1865, que deu-se a maior enchente do histórico rio, derrubando prédios e ocasionando desabalada correria na região do Porto, antigo 2º Distrito, com perdas de mercadorias, devido a rapidez com que as águas subiram. Quarenta anos depois, em 1905, verifica-se enchente com o nível da água subindo a pelo menos 12 metros de altura, felizmente de pequena duração. Em 1942, dá-se outra enchente, com terríveis danos causados ao povo ribeirinho e nos 2º e 3º Distritos, Porto e Várzea Grande. Nessa enchente registrou-se a ruína motivada pela cheia, de mais de 100 casas, deixando 4 mil pessoas sem teto.
No ano de 1974, o Rio Cuiabá transbordou novamente, arrasando o Bairro do Terceiro, que teve que mudar de lugar. Muita gente ficou desabrigada e foi verificado enorme prejuízo. Além das históricas enchentes, o Rio Cuiabá também é lembrado por ter sido, por muitos séculos, o principal elo de ligação entre Cuiabá e o restante do Brasil. Serviu de rota para viagem de soldados da Guerra do Paraguai e também transportou, no século XIX e começo do XX, toda a produção primária que se traduzia em exportação, a exemplo da poaia (ipecacuanha), peles de animais, penas de aves, carne em conserva e muito, mas muito ouro e diamantes.
Contemporaneamente o Rio Cuiabá pede socorro. No entanto o seu grito não é ouvido. É um rio poluído pelas dezenas de toneladas de lixo que são jogadas diariamente das cidades que o margeiam, notadamente Cuiabá e Várzea Grande, sem contar a perene extração mineral de areia de seu leito, com nenhuma atitude legal tomada para seu impedimento. Legal sob o ponto de vista dos municípios, do Estado e da União. O fato é que tem muita gente poderosa e que ganha fortunas com esse negócio. Consideram-se intocáveis e parece mesmo que são.
Rio Cuiabá e seus Afluentes
Engana-se quem acredita que o rio Cuiabá não esteja morrendo. Dos seus 29 afluentes, 19 estão mortos. São 17 contribuintes na margem esquerda; 10 vivem tragicamente, quase secos, constituindo-se em poças de água.
Entre os sobreviventes, estão os rios Manso, o Coxipó e o ribeirão do Lipa. Alguns dos exauridos: os ribeirões Marzagão, Forquilha, Aleixo, Pai Caetano, Buriti e Pariba.
No lado direito, somam-se 12; ou melhor, 3, pois 9 estão em fase terminal. Constam apenas sob aspecto quantitativo dos mapas geográficos dos cursos acadêmicos e servem para enfeitar as paredes das repartições públicas.
Os vivos são os rios Nobres, o córrego Cuiabazinho e o Quibó.